sábado, 16 de julho de 2016

Percebe?



A percepção de um ipê sem flores é salutar,
vive, mas não sorri...
Ao tempo que o sol acolhe com um "sorrisão",
e, inalteradamente na despedida sorri com gosto.

Ainda, edifica na busca das rosas
atentar, que elas se resguardam às vezes...
Ao passo que majestosamente segue o vento
pelo caminho, a se entender com os passarinhos...

É necessário, porém, reconhecer a soberania de quem cria.
O que não se pode, jamais é prever a constância do vento...
ora suave, ora maluco, sua intensidade não se restringe.
Ninguém segura o vento, esse não há quem domine.

Assim, o vento pode surgir do nada, feito um furacão,
arrancar telhas e construções. Reedificar? Não é o seu papel.
Ao tempo que, sonhos e relacionamentos não dependem de...
Permanece a oferta do criador, ao filho a espera, a obra, a ação.

O vento não se deixa cativar, tem vida própria.
E, se repente chega manso é acolhido...
Mostra-se tão suave que parece fazer carinhos...
Provoca... incita, facilita até.

Então, naturalmente a fúria do vento é suplantada pela calmaria,
ao tempo do sentir... Contemplar a brisa harmônica que fica.
A tristeza?... Ah! Essa se vai e a felicidade chega, contagia.
O sorriso cativa... Perceber outras existências... É comprometer-se.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Caminhar


Se procuro algo ou alguém,
percorro no primeiro momento inúmeros caminhos, estonteada.
Ao parar, no entanto, o pensar pausado facilita a espera.

Na ânsia do encontro sinto aproximar o desespero,
indescritível prolongar do vazio, 
ausência que angustia.

Entretanto, se atenta percebo a quietude do silêncio,
o pensamento se cala, 
aprecio então um grandioso momento de aprendizado.

Assim, caminha sem dúvida meu método de reflexão
 acompanhado da vigilância,
com pausas entre o repouso e o pensar.

Portanto, ainda que não ocorra a aproximação...
Negocio seguramente comigo mesma
e vivo intensamente o processo.

E, se não ocorre o reencontro,
 é certo que não
também não me perco.